Quer conhecer uma lista com livros para melhorar o vocabulário? Afinal, todo estudante sabe que ter um ótimo repertório auxilia nas aulas, vestibulares, como o Enem, e também ao longo da vida.
O hábito da leitura permite conhecer novas palavras, gírias e formações que pouco escutamos no nosso dia a dia, certo? Consequentemente, ler bons livros colabora nos seus argumentos ao escrever uma redação, por exemplo.
E para ter acesso a essas palavras que nos parecem um pouco distantes, elaboramos este artigo com 10 dicas de livros para melhorar o vocabulário.
Bora conhecê-los e adicioná-los na lista das suas próximas leituras?
10 livros para melhorar o vocabulário e incluir nas próximas leituras
Livros de romance, contos, fantasia, poesia, literatura clássica ou não, todos os livros podem abrir a imaginação, ampliar a capacidade de absorver conhecimento e de ver o mundo de forma completamente diferente.
Confira nossa sugestão com uma lista de 10 livros para aumentar o vocabulário e sofisticar seus argumentos. Qual deles atrairá sua atenção para a próxima leitura?
1. Sagarana, de Guimarães Rosa
Sagarana foi a primeira obra de Guimarães Rosa a sair em livro. Trata-se de uma obra regionalista, com caráter universal, já que trata de temas como a violência, além do conflito entre o bem e o mal.
Guimarães Rosa foi um grande inventor de palavras. O título do livro é um neologismo que une a palavra saga (de origem alemã, sagen) e rana (de origem tupi).
A obra traz nove contos, nos quais o universo do sertão, com seus vaqueiros e jagunços, surge no estilo marcante que o escritor aprofundou em textos posteriores.
Alguns dos contos são:
- O burrinho pedrês;
- A volta do marido pródigo;
- Sarapalha;
- Duelo;
- Minha gente, entre outros.
2. A paixão segundo G.H, de Clarice Lispector
Claro que dentre os livros para melhorar o vocabulário, não poderia faltar escritoras brasileiras.
A Paixão Segundo G.H. é um livro com profundidade de enredo, mas sem perder de vista a trivialidade do cotidiano. Assim, Clarice Lispector encontra nos fatos mais banais os gatilhos para o turbilhão de descobertas que constrói a narrativa.
O livro apresenta a busca da personagem pelo real e pelo divino, diante a condição humana. Segundo ela, viver é um segredo inalcançável para a maioria das pessoas que gasta os dias como sonâmbulos, sem consciência da vida.
3. Memorial de Aires, de Machado de Assis
Memorial de Aires teve sua composição como um diário de memórias. O título apresenta um trocadilho, em que aire pode ter o significado que lhe dá o dicionário: coisa vã, fútil, sem valor.
Foi o nono e último romance de Machado de Assis, sendo um texto fragmentado e sem linearidade.
A obra aborda as peripécias do pequeno círculo social do conselheiro José da Costa Marcondes Aires, diplomata aposentado e viúvo, que já havia figurado como personagem no livro anterior, Esaú e Jacó.
4. Quarto de Despejo, de Maria Carolina de Jesus
Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada é o diário de Carolina Maria de Jesus. Moradora da comunidade do Canindé, em São Paulo, e mãe solteira, Carolina registra a sua rotina como catadora de papel e revela aos leitores um relato da dura realidade vivida na periferia da capital paulista.
A obra reúne cerca de 20 diários escritos e lançou um olhar original da favela e sobre a favela. Dessa forma, é uma leitura dura, que expõe situações críticas de quem não teve a sorte de ter acesso a uma condição mínima de qualidade de vida.
5. São Bernardo, de Graciliano Ramos
São Bernardo está entre uma das obras mais famosas de Graciliano Ramos.
Ele conta a história do pequeno Paulo Honório que vai se desenrolando até se tornar um típico latifundiário de 50 anos. A influência do sertão, o contexto histórico e a rudeza do protagonista são cenários perfeitos para uma profunda reflexão das relações sociais.
A obra faz parte da nossa lista de livros para melhorar o vocabulário, pois apresenta linguagem seca, formada por frases curtas e detalhamento expressivo.
6. Boitempo, de Carlos Drummond de Andrade
Ler um poema de Drummond é uma grande descoberta, pois sua escrita propõe ao leitor muitos novos significados.
Assim também é Boitempo, uma obra que reúne poemas que demonstram as visões da infância e da adolescência de Drummond, como lembranças que o autor não despeja diretamente no papel, mas como que procura a metáfora perfeita para expressá-las.
Durante a leitura você será convidado a participar do mundo que fundou a sua poesia: os bichos, plantas, árvores e a vida na natureza que é sempre igual, mas que aos olhos do poeta eram donos de imensurável beleza.
7. O Quinze, de Raquel de Queiroz
O Quinze é o primeiro e mais famoso romance da escritora Raquel de Queiroz. É uma narrativa sobre a seca histórica de 1915, que assolou o nordeste do país.
Assim, o livro contém um forte teor social, que além de mostrar a realidade das pessoas do local, retrata a fome e a miséria.
A análise psicológica das personagens e o uso do discurso direto, revelam as dificuldades e os pensamentos do ser humano ante os problemas sociais desencadeados pela seca.
8. A Obscena Senhora D, de Hilda Hilst
Publicado em 1982, A Obscena Senhora D é uma das obras mais conhecidas de Hilda Hilst, autora reconhecida por sua escrita experimental e poética. O livro apresenta a história de Hillé, uma mulher que, após a morte do marido, isola-se em uma torre e passa a refletir sobre a vida, a morte, o corpo e a linguagem.
A narrativa é marcada por uma prosa lírica, repleta de jogos de palavras, construções inusitadas e um vocabulário sofisticado. Hilda Hilst explora os limites da linguagem, exigindo do leitor um esforço interpretativo que contribui para o enriquecimento do vocabulário e da sensibilidade literária.
Mais do que um romance, o livro funciona como uma experiência estética e filosófica. A obra amplia o repertório não apenas linguístico, mas também crítico, estimulando a reflexão sobre temas existenciais universais.
9. As Meninas, de Lygia Fagundes Telles
Publicado em 1973, As Meninas é um dos romances mais emblemáticos de Lygia Fagundes Telles, vencedora do Prêmio Jabuti e considerada uma das maiores escritoras brasileiras do século XX. A narrativa acompanha três jovens — Lorena, Lia e Ana Clara — que dividem um pensionato em São Paulo durante a ditadura militar, abordando temas como repressão política, desigualdade social, amizade e identidade feminina.
O vocabulário da obra é variado, transitando entre a linguagem poética e introspectiva de Lorena, os diálogos coloquiais de Ana Clara e a objetividade engajada de Lia. Essa multiplicidade de vozes permite ao leitor entrar em contato com registros diferentes da língua portuguesa em uma mesma obra.
Além do aspecto linguístico, o romance também oferece uma reflexão profunda sobre o Brasil dos anos 1970, convidando o leitor a ampliar sua visão crítica de mundo ao mesmo tempo em que expande seu repertório literário.
10. Macunaíma, de Mário de Andrade
Publicado em 1928, Macunaíma é considerado um dos textos mais importantes do Modernismo brasileiro. A obra traz a trajetória do “herói sem nenhum caráter”, que percorre o Brasil em uma narrativa permeada por lendas indígenas, cultura popular e experimentações linguísticas. O texto desconstrói a ideia de uma identidade nacional fixa, propondo um retrato plural e contraditório do país.
O vocabulário é uma das grandes riquezas da obra. Mário de Andrade combina termos eruditos com expressões coloquiais, regionalismos, africanismos e elementos da oralidade indígena. Essa mescla desafia o leitor a lidar com diferentes registros da língua, promovendo contato com construções pouco usuais e enriquecendo o repertório vocabular.
Além do aspecto linguístico, a leitura também desenvolve uma compreensão mais ampla sobre a diversidade cultural brasileira. O modo como o autor articula as vozes populares e eruditas abre espaço para reflexões sobre linguagem, identidade e literatura.
Vamos revisar?
Agora, é hora de recapitular os 10 livros que indicamos para melhorar o seu vocabulário! Confira:
Sagarana, de Guimarães Rosa
Coletânea de contos regionalistas com neologismos e invenções linguísticas que enriquecem o vocabulário.
A Paixão Segundo G.H., de Clarice Lispector
Narrativa introspectiva e filosófica, com linguagem que explora a profundidade do cotidiano.
Memorial de Aires, de Machado de Assis
Último romance de Machado, escrito como diário, com estilo fragmentado e refinado.
Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus
Diário da vida em uma favela, em linguagem simples e potente, ampliando o contato com a expressão popular.
São Bernardo, de Graciliano Ramos
Romance de frases curtas e linguagem seca, que demonstra a força expressiva da escrita concisa.
Boitempo, de Carlos Drummond de Andrade
Coletânea poética sobre infância e memória, marcada por metáforas e imagens criativas.
O Quinze, de Raquel de Queiroz
Romance sobre a seca de 1915, com forte teor social e análise psicológica das personagens.
A Obscena Senhora D, de Hilda Hilst
Prosa lírica e experimental, com vocabulário sofisticado e construções inovadoras.
As Meninas, de Lygia Fagundes Telles
Narrativa da ditadura com múltiplas vozes femininas, mesclando registros poéticos, coloquiais e engajados.
Macunaíma, de Mário de Andrade
Obra modernista que mistura registros eruditos e populares, explorando a diversidade da língua portuguesa.
E aí? Gostou da nossa seleção de 10 livros para melhorar o vocabulário e te ajudar no Enem e em mais vestibulares? Aproveite para ler nosso próximo artigo sobre livros brasileiros adaptados para o cinema!