Os vícios de linguagem são desvios cometidos em relação à norma padrão da língua. Esses desvios não são intencionais, mas atrapalham o entendimento da mensagem e geram ruídos de comunicação.
Para entender melhor o assunto, siga a leitura até o final! Neste artigo, vamos mostrar as classificações e os exemplos mais comuns sobre vícios de linguagem para você não cometer esses erros na redação do vestibular!
Como os vícios de linguagem são classificados?
Você sabia que há várias classificações para os vícios de linguagem? É isso mesmo!
A seguir, vamos explicar cada uma delas com detalhes e exemplos. Tenha bastante atenção para entender o que não escrever nos seus textos!
Barbarismo
Entre os vícios de linguagem, existe um chamado barbarismo. Trata-se do desvio na utilização das palavras e ocorre nos níveis da fonética, morfologia e semântica.
O barbarismo ocorre quando você pronuncia uma palavra de forma equivocada, comete algum erro de grafia e/ou confunde duas expressões com sentidos distintos.
Exemplos:
- Fonética: “gratuíto” em vez de “gratuito”.
- Morfologia: “mecher” em vez de “mexer”.
- Semântica: “comprimentar” em vez de “cumprimentar” e vice-versa.
Além desses exemplos, o barbarismo também envolve um erro cometido por muitas pessoas: o estrangeirismo.
Você já deve imaginar do que estamos falando, mas não custa nada explicar, né?
O estrangeirismo se refere à utilização de palavras estrangeiras como parte da nossa língua, a exemplo de “home office” em vez de “trabalho remoto”.
Solecismo
Outro desvio da norma padrão muito comum é o solecismo, que consiste nos erros de sintaxe, como erros de concordância, regência e colocação.
Exemplos:
- Concordância: “nós vai ao cinema” em vez de “nós vamos ao cinema”.
- Regência: “vamos assistir o jogo” em vez de “vamos assistir ao jogo”.
- Colocação: “ela não falou-me sobre o ocorrido” em vez de “ela não me falou sobre o ocorrido”.
Pleonasmo
O próximo vício de linguagem que queremos destacar é o pleonasmo. Sabe quando as pessoas repetem uma informação desnecessariamente, como “sair para fora”? É disso que estamos falando!
Mais exemplos:
- “Entrar para dentro.”
- “Descer para baixo.”
- “Subir para cima.”
Todos esses exemplos são muito comuns na nossa língua. Quem nunca falou uma dessas expressões e foi corrigido pelo colega, hein? Se isso já aconteceu com você, basta ter cuidado para não cair nessa cilada de novo.
Ambiguidade
Agora, vamos falar um pouquinho sobre ambiguidade. Ela ocorre na construção de frases com duplo sentido e dificulta a compreensão do leitor sobre a mensagem.
Exemplos:
- “Julia e Miranda estavam conversando dentro da sua casa.”
- “Você precisa confirmar se pode ir ao passeio com a sua mãe.”
Na primeira frase, é impossível saber de quem é a casa, certo? Portanto, trata-se de uma frase ambígua.
Já na segunda, a dúvida é se a pessoa tem que confirmar com a mãe se pode ir ou confirmar se pode ir acompanhado da mãe. Também ficou ambíguo!
Cacofonia
A cacofonia ocorre a nível fonético. Trata-se, aqui, da sequência de palavras que, juntas, formam sons indesejáveis e/ou desagradáveis.
Exemplos:
- “Boca dela.”
- “Ela tinha que ir ao parque.”
Eco
O eco é muito utilizado nos textos literários, porque consiste na repetição de palavras que rimam, mas não é tão adequado para outros gêneros.
Exemplos:
- “A divulgação da atração não chamou a atenção da população.”
- “O aluno repetente não fez nada eficazmente.”
Percebeu como as rimas atrapalham o entendimento rápido do discurso?
Arcaísmo
Mais um entre tantos vícios de linguagem, o arcaísmo consiste na utilização de palavras que já caíram em desuso na nossa língua.
Exemplos:
- “Vossa mercê” em vez de “você”.
- “Físico” em vez de “médico”.
- “Quiçá” em vez de “talvez”.
Hiato
O hiato diz respeito à repetição de vogais no discurso. Nesse caso, ocorre um fenômeno chamado dissonância.
Exemplos:
- “Eu a amo.”
- “Ou eu ou ela vai ganhar a competição.”
Colisão
Assim como o hiato, a colisão é um dos vícios de linguagem que gera o fenômeno da dissonância. Mas, aqui, trata-se da repetição de consoantes.
Exemplos:
- “Manoela me mandou marcar a manga da minha camisa.”
- “O rato roeu a roupa do rei de Roma.”
Gerundismo
Da mesma forma que outros exemplos apresentados aqui, o gerundismo é um dos vícios de linguagem mais cometidos. Ele ocorre pelo uso exagerado do gerúndio, que é uma das três formas nominais do verbo.
Muitas pessoas deixam de usar uma conjugação mais adequada para utilizar o gerúndio, seja por costume, devido às marcas de oralidade, por falta de atenção ou falta de conhecimento.
Exemplos:
- “Vou estar enviando os documentos por e-mail” em vez de “vou enviar os documentos por e-mail”.
- “O carteiro vai estar passando na sua casa daqui a pouco” em vez de “o carteiro vai passar na sua casa daqui a pouco”.
Para evitar esse problema, basta pensar em outras formas de conjugação, ok? O gerúndio não é um erro na nossa gramática, mas o gerundismo empobrece os textos. Atenção!
Qual a relação com a redação do vestibular?
Como mencionamos, os vícios de linguagem são desvios da norma padrão. Por esse motivo, é preciso ter muito cuidado na hora de escrever a redação do vestibular para não cometer nenhum errinho bobo.
Lembre-se: a produção textual dos exames exige adequação à norma padrão da língua portuguesa.
Preste muita atenção ao que explicamos aqui, porque alguns desvios podem comprometer a coesão e coerência dos seus textos, ok?
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