Amplamente presente no Enem e nos demais vestibulares, o barroco é um tema presente nas provas de literatura e que todo estudante deve dominar para obter um desempenho satisfatório nos exames de ingresso ao ensino superior.
É preciso ler muito para entender bem o contexto histórico e a importância do barroco na literatura, na arquitetura e nas demais manifestações artísticas. Por isso, uma dica legal é estar por dentro, também, dos principais temas da prova de história.
Pensando em te ajudar a mandar super bem nessa disciplina, vamos, neste post, te contar tudo sobre o Barroco!
O que foi o Barroco?
O barroco foi um movimento artístico que surgiu na Itália, no século XVI, e se difundiu pelos demais países da Europa e também da América Latina.
Esse movimento tinha como missão resgatar as ideias teocêntricas e conter a reforma protestante, por essa razão, sua arte se caracterizava pelas representações do divino e se expandiu como uma arte eclesiástica.
No entanto, uma de suas características mais marcantes é a dualidade entre o antropocentrismo e o teocentrismo.
No Brasil, o principal criador literário desse período é o escritor Gregório de Matos.
Contexto histórico do Barroco
O século XVI foi historicamente marcado pelo questionamento da soberania instituída pela Igreja Católica. Com isso, aconteceu o surgimento da Reforma Protestante de Martin Lutero e como consequência desse novo movimento religioso aconteceu a perda de fiéis do catolicismo.
Como resposta a esse movimento reformista, a Igreja Católica iniciou um movimento chamado contrarreforma, que consistia em mudanças internas com o intuito de barrar o descontentamento com o catolicismo e a perda de fiéis, sendo o barroco um movimento criado para difundir os ensinamentos religiosos por meio da arte.
O barroco surgiu nesse contexto de embates religiosos como uma expressão artística símbolo dessa efervescência que ora tendia para o extremismo religioso, ora para o culto à razão.
Portanto, o contexto histórico do barroco está diretamente ligado à reforma e à contrarreforma que aconteceram na Europa a partir do século XVI. Sendo assim, sintetizando as contradições de sua época e as da própria Igreja Católica, o barroco apresentou características também contraditórias, como: cultivou a crença na efemeridade da vida e o espírito renascentista expresso pelo carpe diem, mas também expressou a culpa cristã. Não por acaso, os escritores desse período utilizaram muitas antíteses e paradoxos.
Quais as principais características do Barroco?
A estética barroca estava diretamente ligada ao exagero e a uma exploração de detalhes.
O homem barroco estava preso a dilemas e contradições e se questionava permanentemente sobre os conflitos entre a razão e a fé. Este também vivia uma existência de dualidade, dividido por questões relacionadas com o corpo e a alma.
Era muito presente a visão trágica da vida, a idealização amorosa e sensualismo acompanhado do sentimento de culpa cristã.
Esse tipo de arte também destacava o tema da morte com frequência, devido ao peso religioso e a moral que influenciavam esse momento. Além disso, reflexões sobre a passagem do tempo também eram presentes na arte barroca.
Características do Barroco na literatura
As obras literárias caracterizadas pelo barroco eram escritas com a presença constante de mensagens religiosas e sentimento de culpa pelos pecados.
A metáfora e a hipérbole também são presentes nos textos literários da época.
Veja agora uma poesia de Gregório de Matos que ficou consagrada graças às imagens fortes, ao sentimento exacerbado de contrição e ao desejo intenso de purgação do pecado, como exemplifica a voz poética do soneto a seguir:
“Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da vossa piedade me despido,
Porque quanto mais tenho delinqüido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto um pecado,
A abrandar-nos sobeja um só gemido,
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida, e já cobrada
Glória tal, e prazer tão repentino
vos deu, como afirmais na Sacra História:
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada
Cobrai-a, e não queirais, Pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.”
A partir da leitura do poema é possível observar a síntese do raciocínio barroco: o pecado cabe ao homem, assim como cabe a Deus perdoar, pois é da condição de todos os humanos passar pelas tentações e pela degradação moral, ao passo que também é da condição divina o caráter benigno. Sendo assim, o arrependimento seria a única forma do homem ter a salvação divina.
Veja também essa poesia amorosa do mesmo autor, caracterizada pelo dualismo entre carne e espírito, o que resulta em um sentimento de culpa:
“Não vi em minha vida a formosura,
Ouvia falar nela cada dia,
E ouvida me incitava, e me movia
A querer ver tão bela arquitetura.
Ontem a vi por minha desventura
Na cara, no bom ar, na galhardia
De uma Mulher, que em Anjo se mentia,
De um Sol, que se trajava em criatura.
Me matem (disse então vendo abrasar-me)
Se esta a cousa não é, que encarecer-me.
Saiba o mundo, e tanto exagerar-me.
Olhos meus (disse então por defender-me)
Se a beleza hei de ver para matar-me,
Antes, olhos, cegueis, do que eu perder-me.”
A partir da leitura da poesia é possível observar a exposição do desejo caracterizado pelo ato de pecado e a culpa cristã.
Bom, esperamos que você tenha gostado de conhecer o Barroco! Aproveite para ler nosso post sobre as escolas literárias para mandar bem na prova de literatura no Enem e demais vestibulares!