Se você está se preparando para o Enem e demais vestibulares sabe que o as figuras de linguagem têm lugar cativo nos assuntos que mais caem na área de linguagens.
E que, portanto, conhecê-las bem fará toda a diferença na hora de fazer as provas que dão acesso ao Ensino Superior.
Sabendo que você quer mandar bem em linguagens, garantir uma boa nota e alcançar o curso e universidade dos seus sonhos, elaboramos este post. Nele, você irá conhecer a ironia, uma figura de linguagem muitíssimo usada em diversas obras literárias.
Então, bora conhecer este conteúdo?
O que é ironia?
A palavra ironia deriva do grego antigo eironēia, que quer dizer simulação. A ironia, figura de linguagem bastante conhecida, busca, portanto, passar uma ideia contrária àquela expressada pelas palavras.
Isso significa, que ser irônico é passar uma mensagem oposta ao que se fala ou se escreve.
Ficou confuso? Tudo bem, então confere só um exemplo para entender melhor essa figura de linguagem.
- Ela parece um anjo, cria confusão por onde passa. Bom, de maneira geral, anjos não causam confusão, portanto, a ideia que o interlocutor quis passar é que de anjo essa pessoa não tem nada.
Essa figura de linguagem é bastante utilizada em tirinhas e outros gêneros, geralmente, para dar uma ideia de humor. Mas além desse sentido, a ironia pode ser utilizada por outros motivos, como brincar com alguém ou desvalorizar alguém ou algo.
Para utilizar essa figura de linguagem de modo certo, é necessário lançar mão de algumas habilidades bem específicas. Nesse sentido, para quem quer irônico, de modo “elegante”, e fazer com que o ouvinte pense bem antes de decifrar, a primeira vista, uma frase irônica, o uso do tom de voz correto, em que não se demonstra, assim, tão claramente a intenção por trás daquela mensagem se faz importante.
Alguns autores costumam utilizar esse tom irônico pouco explícito para que no momento da descoberta da ironia, a reação do leitor ou ouvinte seja de surpresa. E é por tudo isso que essa figura de pensamento é amplamente utilizada por diferentes autores.
Figuras de pensamento, o que é isso, afinal? ?
As figuras de pensamento são aquelas ligadas ao sentido das palavras nas sentenças.
Elas chamam atenção do ouvinte ou leitor para a relação simbólica entre as palavras ou expressões do texto e estão muito associadas ao campo das ideias.
Confira a seguir algumas outras figuras de pensamento:
- Gradação;
- Antítese;
- Paradoxo;
- Personificação;
- Hipérbole;
- Sinestesia.
Ótimo, agora que você conhece bem o que são as figuras de pensamento, podemos prosseguir te contando sobre quais os tipos de ironia existem. Acompanhe!
Quais os tipos de ironia existem?
De acordo com as teorias retóricas da língua portuguesa existem três diferentes tipos de ironia:
- Ironia oral: que é aquele em que o tom de voz indica que a frase proferida quer passar o sentido oposto do que está sendo dito.
- Ironia dramática: essa também conhecida como sátira, é amplamente usadas em peças teatrais. Neste caso, a plateia entende perfeitamente o real sentido das palavras, enquanto à personagem a quem a ironia se refere não.
- Ironia de situação: essa acontece em relação às ações. Aqui, há uma desigualdade entre a intenção da expressão e o resultado obtido, isso quer, na prática, que o resultado da ação é o oposto do que se esperava.
Pois bem, agora que você já sabe quais são os tipos de ironia que existe, vamos, a seguir, te mostrar alguns exemplos de frases que empregam essa figura de linguagem para que você a entenda bem!
Exemplos de uso da ironia
A seguir vamos te mostrar alguns exemplos de emprego do uso da ironia:
- “Que maravilha o elevador ter quebrado! Assim, só teremos 15 lances de escada para subir.”
- “Que bonito, hein! Que cena mais linda! Será que eu estou atrapalhando o casalzinho aí?!”
- “Parabéns pelo ótimo trabalho.” (Em um contexto onde a pessoa sabe que não fez um bom trabalho).
- “Dormiu comigo?” (Expressão amplamente utilizada quando alguém chega em um ambiente e não nos cumprimenta).
Um dos autores mais renomados brasileiros que usa e abusa da ironia é Machado de Assis. Veja a seguir alguns exemplos de frases e trechos irônicos utilizados por ele:
- “Soares olhava para Camilo com a mesma ternura com que um gavião espreita uma pomba.” (Machado de Assis).
- “Poucos dias depois morreu… Não morreu súdito nem vencido. Antes de principiar a agonia, que foi curta, pôs a coroa na cabeça, — uma coroa que não era, ao menos, um chapéu velho ou uma bacia, onde os espectadores palpassem a ilusão. Não, senhor; ele pegou em nada, levantou nada e cingiu nada; só ele via a insígnia imperial, pesada de ouro, rútila de brilhantes e outras pedras preciosas. O esforço que fizera para erguer meio corpo não durou muito; o corpo caiu outra vez; o rosto conservou porventura uma expressão gloriosa.
— Guardem a minha coroa, murmurou. Ao vencedor…
A cara ficou séria, porque a morte é séria; dois minutos de agonia, um trejeito horrível, e estava assinada a abdicação.” Neste caso, o próprio personagem ignora que está louca, mas os leitores sabem desse fato. Outro fato que está claro para o leitor é que o protagonista dessa obra (Quincas Borba) acredita ser Luís Napoleão Bonaparte e, a partir de então, há um claro tom de zombaria, sobretudo quando o narrador diz: “que estava assinada a abdicação”.
Curtiu conhecer a ironia? Esperamos que sim! E se você quiser gabaritar a matéria de literatura do Enem e demais vestibulares, que tal ler nosso post sobre como estudar literatura? Assim, você pode dar um check ✔️ nessa matéria em seu plano de estudos!