Se você está se preparando para o Enem e demais vestibulares sabe que a área de linguagens é muitíssimo importante e que a literatura é uma matéria que vai exigir de você muito estudo e dedicação.
Leia mais: “9 dicas de como estudar literatura para desvendar essa matéria e gabaritar.”
E para mandar nela, você precisará conhecer os assuntos que mais caem e prestar bastante atenção às escolas literárias.
E para te ajudar em seus estudos, vamos neste post te contar tudo sobre o Modernismo, umas das escolas literárias mais importantes e revolucionárias e que certamente cairá em suas provas de acesso ao Ensino Superior. Então, bora conferir este conteúdo?
O que foi o Modernismo?
O Modernismo foi uma escola literária disruptiva, ela veio com a intenção de romper aspectos tradicionais e transformar a arte, fazendo dela um instrumento de revolução e protesto.
Essa escola literária contrapunha-se à produção artística do século XX. As pinturas, esculturas e a própria literatura modernista mostravam que a vida poderia ser parecida com os sonhos, formas geométricas etc.
Porém, neste post vamos abordar o movimento modernista no Brasil, já que este é um tema que, muito provavelmente, aparecerá em sua prova de literatura no Enem e demais vestibulares!
Então, confira a seguir como essa escola literária se deu em nosso país.
Como o Modernismo aconteceu no Brasil?
A escola literária modernista aconteceu entre 1922 e 1950 no Brasil, por influência da Semana de Arte Moderna.
Em 1922, o Brasil passava por um momento difícil, com greves, crises, protestos e o aumento da inflação. Além disso, o contexto do fim da primeira guerra mundial angustiava o povo brasileiro e toda a população mundial.
E em meio a esse contexto, o Modernismo chegou como uma saída, uma válvula de escape, mostrando à sociedade que a arte poderia transgredir essa difícil realidade.
E quanto às características do Modernismo?
As principais características do Modernismo são: a renovação estética, o racionalismo, as inovações linguísticas e as experimentações artísticas.
Aqui, em nosso país, as obras literárias começaram a brincar com a linguagem culta e a denotar mais humor, além disso, a crítica era um prato cheio para os modernistas e a ironia era uma das figuras de linguagem mais utilizadas pelos escritores brasileiros.
As obras modernistas passaram a apresentar uma maior liberdade poética e, geralmente, abordavam temas do cotidiano.
Veja a seguir o poema “Pronominais” de Oswald de Andrade, um dos expoentes modernistas do Brasil, e perceba como ele critica de modo bem-humano a linguagem culta, muitíssimo exaltada por outras escolas literárias:
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
Assim, como Oswald, outros autores trouxeram inovação às obras literárias. Clarice Lispector apostou em romances voltados aos fluxos de consciência e Guimarães Rosa trouxe o neologismo, que é a invenção de palavras novas.
Além destes autores, outros se destacaram dentro da escola modernista, conheça alguns outros a seguir:
- Mário de Andrade
- Manuel Bandeira
- Carlos Drummond de Andrade
- Rachel de Queiroz
- Jorge Amado
- Érico Veríssimo
- Graciliano Ramos
- Vinícius de Moraes
- Cecília Meireles
- João Cabral de Melo Neto
Mais adiante vamos te contar como foi a primeira, segunda e terceira geração modernista no país. Acompanhe!
Primeira geração modernista no Brasil
A primeira geração modernista brasileira aconteceu entre 1922 e 1930 e estava ligada à Semana da Arte Moderna de 1922.
Oswald de Andrade e Mário de Andrade foram os idealizadores do movimento e, por isso, são um dos mais citados quando o assunto é Modernismo no Brasil. Eles queriam romper com a antiga estética artística e, em decorrência disso, essa primeira geração modernista ficou conhecida como fase heróica.
Mas eles não criaram essa nova forma de ver o mundo do nada, na verdade, eles foram influenciados diretamente por outros movimentos que já aconteciam na europa, como o cubismo, o surrealismo e o futurismo.
Essa primeira fase modernista foi marcada por um forte nacionalismo, por um caráter revolucionário, pela grande valorização da real figura do indígena, além de ser marcada pelo uso da linguagem coloquial e ainda pelo anarquismo.
Duas das principais obras desse período foram o Manifesto Pau-Brasil e o Manifesto Antropofágico, que apresentavam críticas ao passado colonial brasileiro e um enaltecimento nacionalista.
Além disso, a ideia da antropofagia era a de que a cultura brasileira devia alimentar-se de outras culturas, mas apropriar-se disso para criar obras próprias e originais. Isso porque o significado de antropofagia é canibalismo, algo que algumas tribos indígenas praticavam para absorver o melhor de seus adversários, como a coragem, por exemplo.
Segunda geração modernista no Brasil
A segunda geração do modernismo no Brasil aconteceu entre 1930 e 1945 e ficou conhecida como fase da consolidação, já que serviu para amadurecer as ideias iniciadas em 1922.
Essa segunda geração estava intimamente ligada à era Vargas, ao advento da psicanálise, à Grande Depressão e à segunda guerra mundial. O período estava ainda mais tenso que antes, por incrível que pareça, e os autores da época deram maior ênfase ao tipo textual prosa, cujos conteúdos eram predominantemente nacionalistas e regionalistas.
As obras literárias desta segunda fase costumavam tratar de questões políticas, a fim de denunciar as mazelas pelas quais os povos oprimidos passavam.
Fizeram parte desta era modernista:
- Murilo Mendes;
- Jorge de Lima;
- Carlos Drummond de Andrade;
- Vinícius de Moraes;
- Cecília Meireles.
- Rachel de Queiroz;
- José Lins do Rego;
- Graciliano Ramos;
- Jorge Amado;
- Érico Veríssimo;
- Dyonélio Machado.
A obra Vidas Secas de Graciliano Ramos representa muitíssimo bem a segunda geração do modernismo no Brasil.
Terceira geração modernista no Brasil
Por fim, a terceira e última fase do modernismo no Brasil aconteceu entre 1945 e 1980. O contexto histórico estava relacionado ao fim da segunda guerra mundial, que deixou sérias sequelas, e à ditadura militar que permeava o Brasil.
Nessa geração há uma retomada do passado, de escritores eruditos e ao cânone. As métricas e rimas que haviam sido deixadas de lado no início do movimento retornam aos poemas, os textos tornam-se mais objetivos e a metalinguagem mostrou-se marca registrada das obras dessa época.
Clarice Lispector e Guimarães Rosa são alguns dos principais autores da geração modernista de 1945.
O romance Perto do coração selvagem é uma das obras literárias que representam bem a terceira fase do Modernismo no país.
Bom, esperamos que você tenha curtido conhecer melhor o modernismo! Aproveite para ler nosso post sobre os gêneros literários e saber como mandar ainda melhor na área literatura do Enem e demais vestibulares!