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Saiba como e quando utilizar os termos “para mim ou para eu” em seus textos

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Saber a forma certa de utilizar alguns pronomes, como nos casos de “para mim ou para eu”, gera dúvida em muitos estudantes que estão se preparando para o Enem e outros vestibulares.  

Isso, inclusive, pode atrapalhar no momento de fazer a redação, fazendo com que o candidato perca pontos na Competência I: demonstrar domínio da norma culta da língua portuguesa.

Quer saber com mais detalhes sobre os usos desses dois termos? Então, continue a leitura deste artigo e bora aprender!

Diferenças de uso: “para mim ou para eu”

Antes de mostrar a você as diferenças de uso dos termos, é importante saber que “para mim” tem sido relacionado equivocadamente à forma dos índios falarem e isso não tem nada a ver com a cultura deles, combinado?

Tanto o “para mim” quanto o “para eu” existem na língua portuguesa. Contudo, para utilizá-los conforme as regras gramaticais, é preciso prestar bastante atenção às situações de uso de cada um.

Apesar de fazerem parte da classe gramatical dos pronomes, eu e mim são diferentes e cumprem uma função específica na frase. Vale ressaltar que eles também não podem ser utilizados como sinônimo.

A maneira mais fácil de identificar o uso correto dos termos, ou seja, o uso na língua formal escrita, “para mim ou para eu” é prestando atenção nos verbos colocados na frase. Se houver um verbo após o pronome, ele vai ser do caso reto, se não existir, será do caso oblíquo.

Quando usar “para mim”

O “mim” é um pronome pessoal do caso oblíquo tônico. Vamos recordar quais são?

1ª pessoa do singular mim, comigo
2ª pessoa do singular ti, contigo
3ª pessoa do singular ele, ela
1ª pessoa do plural nós, conosco
2ª pessoa do plural vós, convosco
3ª pessoa do plural eles, elas

O “mim” é utilizado na função de complemento verbal ou nominal. Quando assume a função de objeto indireto em uma oração. Ele precisa sempre ser precedido pela preposição “para”.

Dessa forma, deve estar sempre precedido por uma preposição. Assim, quando for utilizar “para mim”, lembre-se que ele deve ser utilizado sempre que se referir ao objeto indireto da frase.

Exemplos:

  • Isto é para mim?
  • Ela contou a novidade apenas para mim.
  • Para mim, essa música é linda!

Quando usar “para eu”

Já o “eu” é um pronome pessoal do caso reto. Vamos recordar quais são?

1ª pessoa do singular eu
2ª pessoa do singular tu
3ª pessoa do singular ele, ela
1ª pessoa do plural nós
2ª pessoa do plural vós
3ª pessoa do plural eles, elas

O “eu” deve ser utilizado quando assume a função de sujeito e também pode assumir como a de predicativo do sujeito. Assim, quando precisar utilizar a expressão “para eu”, lembre-se que ele sempre deve se referir ao sujeito da frase, assim como apresentar um verbo no infinitivo. Tais verbos são identificados por meio de suas terminações, que indicam suas três conjugações verbais. São elas:

1ª conjugação = arbrincar, falar, gostar, trabalhar, etc.
2ª conjugação = erbeber, escrever, perder, ver, etc.
3ª conjugação = irpedir, mentir, ferir, sorrir, etc.

Exemplos: 

  • Era para eu estudar hoje. 
  • Pediram para eu fazer o resumo do trabalho. 
  • Ele pediu para eu ir com vocês até a biblioteca.

Resumindo: sempre que houver um verbo no infinitivo, você deve utilizar a formação: para + eu + verbo no infinitivo.

Exemplos: 

  • Ela emprestou a apostila para eu estudar.
  • Ela emprestou a apostila para mim.

Para saber mais sobre os termos “para mim ou para eu”

Como vimos nas explicações acima, as gramáticas prescrevem sobre o uso correto dos pronomes. Contudo, em um fragmento do livro “Não é errado falar assim”, do professor e linguista brasileiro, Marcos Bagno, há um trecho intitulado “Os puristas e a mentira do “vale-tudo”.

Nele, o professor explica o surgimento da estrutura para mim + infinitivo (o que estaria errado conforme o que encontramos nas gramáticas). 

Ele mostra suas observações sobre o fato de a estrutura constar em obras literárias do século XIX, como em Inocência, de Visconde de Taunay. Veja o trecho a seguir:

Agora, amigo meu, disse o moço depois de pequena pausa, estou às ordens; podemos ver a sua doentinha e aproveitar a parada da febre para mim atalhá-la de pronto. Em tais casos, não gosto de adiantamentos. [cap. IV]

Com isso, o escritor ainda fez uma nota de rodapé, na edição de 1872, a seguinte observação sobre o uso da expressão:

É este erro comum no interior de todo o Brasil, sobretudo na província de São Paulo, onde pessoas até ilustradas nele incorrem com frequência.

Nisso, o Bagno também transcreve, em seu texto, um trecho da Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Cunha & Cintra:

Do cruzamento das duas construções perfeitamente corretas: 

Isto não é trabalho para eu fazer.

Isto não é trabalho para mim.

Surgiu uma terceira:

Isto não é trabalho para mim fazer.

Em que o sujeito do verbo no infinitivo assume a forma oblíqua.

A construção parece ser desconhecida em Portugal, mas no Brasil ela está muito generalizada na língua familiar, apesar do sistemático combate que lhe movem os   gramáticos e os professores do idioma.

Dessa forma, Bagno defende que a expressão para + mim + verbo no infinitivo seja uma forma típica do português brasileiro (PB) que, desde o início da colonização do Brasil, tende a se afastar da sintaxe e da variante europeia.

E aí? Entendeu quando se deve usar “para mim ou para eu” em seus textos? Agora, aproveite para saber mais sobre o assunto e leia nosso próximo artigo sobre erros gramaticais!

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Autor

  • Sabrina Andrade

    Tecnóloga em Marketing e graduanda em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais. Apreciadora de crônicas e livros infanto-juvenis. Acredita que a educação possibilita um futuro melhor.

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