Se você está se preparando para o Enem e demais vestibulares, sabe que tem muito conteúdo para estudar e que precisa se organizar bem para conseguir ver tudo até a data das provas, certo?
E uma matéria que já tem cadeira cativa em exames que dão acesso ao ensino superior são as figuras de linguagem. Portanto, conhecê-las profundamente é fundamental para mandar bem na área de Língua portuguesa e literatura e, assim, fazer a sua média geral subir.
E foi pensando nisso que elaboramos este post. Nele vamos te contar melhor sobre a antítese uma figura de linguagem que é muito cobrada nos vestibulares e uma das figuras mais comuns e presentes em gêneros literários. Então, bora conferir este conteúdo?
Veja o conceito de Antítese
As antíteses fazem parte do grupo das figuras de pensamento. Elas estabelecem uma relação entre termos opostos dentro de um mesmo período.
Leia mais: “Conheça os conceitos de frase, oração e período.”
Não entendeu bem, então veja um exemplo para que fique mais claro:
- “De tanto chorar, desejou voltar a sorrir.”
Perceba que os termos chorar e sorrir possuem sentidos contrários e estão relacionados na mesma sentença.
Como mencionamos, a antítese é uma figura de pensamento. As figuras de pensamento são mega usuais dentro dos diferentes textos literários.
Mas se você não conhece o que são figuras de pensamento, não tem problema algum. A seguir vamos te contar melhor a respeito delas, o que te fará entender mais profundamente sobre a antítese. Acompanhe!
Conheça as figuras de pensamento
As figuras de linguagem são divididas em quatro grandes grupos, que são os seguintes:
- figuras de pensamento;
- figuras de palavra;
- figuras de construção ou sintaxe;
- figuras de som.
Mas a que nos interessa aqui são as figuras de pensamento, já que estamos tratando da antítese e é a esse grupo que elas pertencem.
Pois bem, as figuras de pensamento estão ligadas ao sentido das palavras nas orações e períodos.
Elas chamam atenção do ouvinte ou leitor para a relação simbólica entre as palavras ou expressões do texto e estão muito associadas ao campo das ideias.
Além da antítese, as principais figuras de linguagem dessa classificação que costumam aparecer nos principais vestibulares e no Exame Nacional do Ensino Médio são:
Paradoxo
O paradoxo é uma figura que costuma ser confundida com a antítese, mas, enquanto a antítese estabelece relação com termos opostos, o paradoxo vai mais longe e contrasta ideias.
Quer ver um exemplo para entender melhor?
- “Quanto mais eu trabalho, menores são as oportunidades de reconhecimento na empresa.”
A ideia de trabalhar muito e não ser reconhecido em sua empresa não faz o menor sentido, certo?
Pois é, o paradoxo brinca com a relação de ideias tão opostas que não fazem o menor sentido juntas.
Personificação
A personificação é a atribuição de características humanas a seres que não possuem esse tipo de característica.
Veja um exemplo para deixar isso mais compreensível: “O sol hoje está tímido, não deu as caras até agora.”
Hipérbole
A figura de pensamento chamada de hipérbole é o uso de um certo exagero intencional.
Por exemplo, se você quer dizer que está com muita saudade de seu/sua crush você pode usar a seguinte frase:
- “Estou morrendo de saudades de você.”
É claro que ninguém morre, literalmente, de saudades de alguém. Mas como você está muito apaixonado, busca dar a ideia de exagero intencionalmente.
Ironia
A ironia é uma figura de pensamento bastante conhecida. Ela busca passar uma ideia contrária àquela expressada pelas palavras.
Ficou confuso? Aí vai um exemplo que fará você entender melhor:
- “Ela parece um anjo, cria confusão por onde passa.”
Bom, de maneira geral, anjos não causam confusão, portanto, a ideia que o interlocutor quis passar é que de anjo essa pessoa não tem nada.
Sinestesia
A sinestesia foi a nossa última escolha para fechar o grupo de figuras do pensamento. Ela consiste em uma fusão de sentidos em um mesmo enunciado.
Sabe o tato, o paladar, a audição, o olfato e a visão? Na sinestesia eles são misturados e usados de uma maneira diferente.
Veja um exemplo:
- “Esse perfume é muito doce.”
As fragrâncias dos perfumes são sentidas pelo olfato, no entanto, é comum dizermos que um perfume é doce, ou seja, atribuímos ao perfume o sentido do paladar, indicado pela palavra “doce”.
Muito bem, agora que você já conhece outras figuras de pensamento, vamos te mostrar alguns exemplos de textos literários que utilizam a antítese para que você domine essa figura de linguagem de uma vez por todas!
Confira um exemplo de texto literário que utiliza a antítese
A antítese foi uma figura de linguagem muitíssimo utilizada no período Barroco. Isso porque essa vertente literária (e momento histórico) aproveita-se do contraste para construir e dar ênfase às suas obras.
Por isso, selecionamos um poema barroco do escritor Gregório de Matos para que você consiga ver, na prática, o uso da antítese:
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
de vossa alta clemência me despido;
porque quanto mais tenho delinqüido,
vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto um pecado,
a abrandar-vos sobeja um só gemido:
que a mesma culpa, que vos há ofendido,
vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma orelha perdida e já cobrada,
glória tal e prazer tão repentino
vos deu, como afirmais na sacra história,
eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
perder na vossa ovelha a vossa glória.
Veja como neste poema há o uso da antítese, por exemplo, quando Gregório de Matos contrasta os termos pecado e perdão ainda no inicinho do texto.
É interessante mencionar também, que o movimento Barroco utilizou a antítese em obras de arte plásticas, já que na grande maioria das pinturas dessa época acontecia uma oposição entre luminosidade e sombra, claro e escuro.
Bem legal, né? Perceba como estudar literatura tudo tem a ver com o estudo da história. As relações entre estas matérias são várias, por isso, seria bem interessante que você estudasse as duas em conjunto, assim, você se prepara ainda melhor para o Enem, já que esse Exame gosta muito de cobrar questões interdisciplinares!
E aí, curtiu conhecer a antítese? Espero que sim! E já que mencionamos a história como ponto central do estudo da literatura, que tal dar uma conferida em nosso post sobre como estudar história?