Algumas pessoas têm mais facilidade para construir um texto, enquanto outras têm mais dificuldade. Contudo, fazer uma redação nota 1000 não é impossível para ninguém! Neste artigo, vamos explicar tudo o que você precisa para mandar bem na sua produção escrita.
Se você conhecer os diferentes tipos e gêneros de redação, quais práticas deve adotar para desenvolver um bom texto e como estruturá-lo, é possível virar um craque nessa tarefa. Por isso, organizamos um guia para apresentar todos os tipos de redação que existem, como eles são cobrados em diferentes vestibulares, dicas para desenvolvê-los da melhor forma e muito mais! Vamos lá?
Índice
O que é redação?
O que caracteriza uma redação?
Qual é o objetivo de uma redação?
Por que é importante saber fazer uma boa redação?
Como uma redação pode ser classificada?
Qual é a estrutura de uma redação?
Como estudar redação?
Como fazer uma boa redação para passar no vestibular?
Como desenvolver uma boa redação?
O que é estética textual e por que ela é importante?
O que não fazer em uma redação?
Quais são os principais erros de redação?
Dá para treinar redação online?
[BÔNUS] 4 Conselhos de ouro para estudar redação em 2024
O que é redação?
A redação é um processo de escrita que tem o objetivo de expressar, de forma analógica ou digital, as informações que queremos. Ou seja, é a estruturação de um texto, por meio da ligação entre palavras, orações, parágrafos etc, cujo objetivo é transmitir uma mensagem ao leitor.
Para que uma redação faça sentido e atinja o seu objetivo, você precisa lançar mão de algumas práticas que garantam o encadeamento de ideias de forma lógica e compreensível. Algumas delas são, por exemplo, o uso de conectivos, as regras de acentuação e o entendimento acerca das normas cultas da língua portuguesa.
Essa forma de se expressar existe desde a invenção da escrita, lá por volta de 4.000 a.C, e hoje é a principal ferramenta de trabalho para muita gente: jornalistas, escritores, publicitários, roteiristas, dentre muitas outras profissões.
Mas saber o que é redação e como desenvolvê-la não é essencial apenas para quem escolheu uma profissão em que a produção textual está muito presente. Afinal, a escrita é uma atividade presente no dia a dia de todo mundo. Quer alguns exemplos?
Você produz uma redação quando:
- faz um resumo dos seus estudos;
- responde uma questão dissertativa para uma prova;
- produz uma thread para o Twitter;
- e até quando faz um textão para o Facebook!
Além de tudo isso, saber como fazer um bom texto é essencial para quem está estudando para algum concurso, Enem ou outro vestibular! Afinal, a produção de um texto é uma das exigências nessas provas e, em grande parte das vezes, tem um peso enorme na nota final dos exames.
Então, bora entender melhor sobre essa prática tão importante?
O que caracteriza uma redação?
As características específicas de uma redação dependerão do tipo e do gênero textual em que ela se encaixa, os quais nós vamos abordar mais para frente. Se você está escrevendo uma carta, por exemplo, que possui uma proximidade com um leitor e uma estrutura específica, não poderá publicá-la como uma notícia em um jornal, certo?
Ainda assim, algumas características são universais, isto é, precisam estar presentes em todos os textos, não importa o tipo ou gênero textual. Abaixo, você descobre quais são elas. Confira!
1. Clareza
A clareza é o principal elemento de uma redação. Ela determina que um texto deve ter ideias logicamente conectadas, que seguem uma linha de raciocínio bem definida e consistente.
Desse modo, os avaliadores conseguem compreender qual é o ponto de vista da sua redação e como você trabalha para comprová-lo ou justificá-lo.
2. Coesão
A coesão é um recurso linguístico. A partir do uso de conectivos, pronomes, conjunções e advérbios, ela possibilita unir ideias e tornar o texto mais fluido, com uma estrutura lógica bem estabelecida.
Nesse sentido, a coesão tem a ver com os elementos gramaticais que você usa ao longo do texto, mais do que com os seus argumentos. Afinal, um texto coeso ainda pode ser incoerente.
Veja um exemplo:
A princípio,[2] é importante perceber que a tendência contemporânea de os países adotarem políticas econômicas mais liberais implica o aumento da exploração trabalhista. Isso porque uma das marcas do neoliberalismo, o qual teve como alguns de seus defensores a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher e o presidente americano Ronald Reagan, é justamente a flexibilização das relações laborais, por meio da redução de regulamentações e burocracias do mercado. Dessa forma, o empregado fica à mercê das imposições de seu patrão, tornando-se vulnerável à exploração e passível de ser submetido a péssimas condições de trabalho.[3]
O parágrafo acima foi extraído de uma redação pronta sobre exploração trabalhista. Note as marcações em vermelho: elas são exemplos de coesão dentro de um mesmo parágrafo, uma vez que interligam as orações entre si.
A coesão também deve acontecer, no entanto, entre parágrafos distintos. Nos vestibulares, os candidatos são avaliados pela sua capacidade de fazer ambos.
3. Coerência
A coerência é a característica que dita que as partes de um texto, seja ele qual for, devem se encaixar ou se complementar. Afinal, se um trecho da sua redação entra em contradição com outro logo adiante, o sentido se perde, e não fica claro como você está defendendo a sua tese.
Nesse sentido, para manter a coerência de um texto, é fundamental que você siga um raciocínio claro e tenha argumentos que conversem entre si. Daí a importância de delimitar o seu ponto de vista e se ater a ele.
4. Objetividade
Por fim, a objetividade é a característica que determina que você deve evitar divagações ou grandes momentos filosóficos. Uma redação tem um espaço de linhas curto e delimitado, então preocupe-se em usá-lo apenas com informações relevantes e argumentos que contribuam diretamente para a defesa da sua tese.
Um texto sem objetividade pode se tornar enfadonho e, pior ainda, pode ser difícil de compreender. Como consequência, o corretor pode assumir que você não sabe defender a sua tese e diminuir a sua nota.
Qual é o objetivo de uma redação?
O objetivo de uma redação é definido a partir do propósito do autor ao redigi-la e do gênero textual em que ela é escrita.
No caso de uma redação dissertativa-argumentativa, por exemplo, que é a exigida pelo Enem, o objetivo é convencer o leitor da tese apresentada por meio de uma boa argumentação.
Já quando falamos de um editorial, o objetivo é informar o leitor acerca do posicionamento de determinado veículo de comunicação sobre um acontecimento.
Um manual de instruções, por sua vez, tem o objetivo de orientar um usuário sobre como manusear determinado equipamento, montar um objeto ou desenvolver qualquer outro tipo de ação.
Agora, se o objetivo de sua redação é ensinar alguém a fazer um alimento, você estará produzindo uma receita.
Entendeu? O ideal é que você entenda qual é o objetivo de sua redação e em qual gênero textual ela se encaixa antes de começar a produzi-la. Assim, será possível estruturá-la e desenvolvê-la de modo a impactar o seu leitor da forma como você deseja!
Por que é importante saber fazer uma boa redação?
Pode ser que você tenha caído neste artigo procurando sobre redação, mas nem goste tanto assim de escrever e não entenda a importância de saber fazer um bom texto.
Fato é que não importa de qual área de conhecimento você mais aproxima, a redação é fundamental para a sua vida escolar, profissional e acadêmica. Mesmo que você seja uma “pessoa de exatas”, saber comunicar as suas ideias de forma coesa e compreensível é fundamental para você conseguir se dar bem em seus trabalhos.
Ainda acha um saco precisar fazer redações e não foi convencido sobre a importância dessa atividade em seu dia a dia? Então veja abaixo 5 razões pelas quais é muito importante que você saiba produzir bons textos.
1. Melhorar a sua comunicação
Quando você para para escrever uma redação, precisa organizar as suas ideias, pensar nas palavras mais adequadas, entender como irá conectar determinado ponto a outro, além de analisar estratégias para convencer o seu leitor e/ou mantê-lo interessado na leitura.
Todo esse trabalho estratégico e analítico impactará em uma melhora da sua comunicação verbal, te ajudando a enriquecer o seu vocabulário e a melhorar a forma como você se comunica com o outro.
Assim, você conseguirá deixar as suas ideias mais compreensíveis e irá melhorar cada vez mais a sua capacidade de expressão. Isso tudo é excelente não apenas para o ambiente escolar, acadêmico e profissional, mas até mesmo para os seus relacionamentos. Afinal, comunicação é a chave para o sucesso!
2. Alcançar bons resultados em vestibulares e concursos
Se você já estudou ou está estudando para algum vestibular ou concurso, já pode ter entendido a importância de uma boa redação para a sua pontuação final.
No caso do Enem, por exemplo, a redação pode ser um fator de decisão para você conseguir ou não a sua vaga no curso dos sonhos. Isso porque ela é responsável por 20% da sua pontuação, e pode ter um peso ainda maior dependendo do curso.
Portanto, é fundamental que você saiba como escrever um texto coerente e coeso, que se encaixa nos critérios da proposta de redação, para se sair bem e conseguir alcançar a nota que precisa.
3. Desenvolver bons trabalhos escolares/acadêmicos/profissionais
Quando falamos que fazer uma boa redação é fundamental para você conseguir desenvolver bons trabalhos na escola, universidade ou no ambiente profissional, não estamos falando apenas daqueles relacionados à área de linguagens.
Ter uma boa escrita é fundamental para que você saiba argumentar bem e esclarecer as suas ideias, até mesmo em áreas como matemática e ciências da natureza!
Dominando essa habilidade, ficará muito mais fácil mostrar para um professor, por exemplo, por quais caminhos você seguiu para resolver um problema ou como determinado fenômeno acontece.
Além disso, você conseguirá defender projetos e ideias com muito mais eficiência.
Portanto, não pense que você deve saber construir uma boa redação apenas se for das áreas de linguagens ou humanas, viu?
4. Saber argumentar bem
Quer seguir carreira acadêmica? Ser um excelente vendedor? Se tornar um gênio da física? Fazer pesquisas de campo? Não importa qual caminho você quer seguir no futuro, saber argumentar bem é fundamental para qualquer profissional!
Em diversos momentos da sua vida, você precisará defender as suas ideias. E, mesmo que você tenha centenas de dados para provar que você está certo, de nada eles adiantarão se você não souber organizar a sua defesa de forma coerente e compreensível.
Saber desenvolver boas argumentações é mais um dos benefícios que você garante ao se tornar craque na redação. E isso é algo que você, com certeza, levará para toda a vida!
5. Melhorar a oratória
Por fim, praticar redação e saber como escrever bons textos também te ajudará a melhorar a sua oratória. Como? Bom, você saberá amarrar melhor as suas ideias, apresentando-as de forma mais coerente e coesa.
Assim, você fica mais preparado para se apresentar em público de forma clara e objetiva, com segurança sobre o que está falando.
Como uma redação pode ser classificada?
Uma redação pode ser classificada com base em duas características gerais: os tipos de texto e os gêneros textuais. Embora eles sejam, com frequência, confundidos, é importante nos atentarmos às suas diferenças.
A seguir, você confere as classificações com base nessas duas características e entende por que é tão importante ficarmos atentos a elas. Continue lendo e saiba mais!
Tipos de texto
Um tipo de texto determina a sua estrutura e o seu objetivo. Em geral, podemos falar de 5 tipos de texto: o descritivo, o narrativo, o argumentativo, o informativo e a injunção. Nós vamos explicar detalhadamente sobre cada um, abaixo.
1. Descritivo
Um texto descritivo é aquele que apresenta as características de algo, podendo ser uma pessoa, uma cena, um objeto, etc.
O texto descritivo pode ser:
- objetivo, quando o autor apenas retrata algo;
- subjetivo, quando são apresentadas as percepções do autor.
Nesse sentido, são exemplos de textos descritivos as biografias, os diários e os relatos pessoais.
Além disso, na internet, também temos acesso a outro tipo de texto descritivo, chamado de “texto alternativo” (ou alt text, na versão em inglês). Eles são um recurso de acessibilidade que faz com que as imagens, vídeos e outros elementos visuais (como os emojis!) possam ser descritos por programas de computador usados por pessoas com deficiências visuais.
2. Narrativo
Para entender o que são os textos narrativos, basta se lembrar dos livros que contam histórias! Esse tipo é aquele que apresenta uma sequência de fatos, contém personagens e um ambiente.
O narrador desse tipo de texto pode ser:
- observador, quando apenas observa e não está inserido na história;
- personagem, quando participa dela.
Os textos narrativos também podem ser classificados em diferentes gêneros, a depender do seu tamanho e das suas características narrativas. Os principais são:
- conto;
- novela;
- fábula;
- romance.
3. Argumentativo
Muita atenção para esse tipo de redação: ele é o exigido pelo Enem e diversas outras provas importantes, dentre vestibulares e concursos.
A redação do tipo argumentativo é aquela que apresenta um encadeamento de ideias de forma coesa e defende um determinado ponto de vista sobre um tema, com o objetivo de convencer o seu leitor.
Por isso mesmo, é preciso se atentar às diferenças entre o texto argumentativo e o texto expositivo. Afinal, o texto expositivo apenas apresenta fatos — é o que acontece, por exemplo, nas notícias de jornal, em que o autor deve apenas informar o leitor sobre um determinado acontecimento.
4. Informativo
O texto informativo tem como principal objetivo abordar um tema e esclarecê-lo de forma objetiva e impessoal. Por isso, os gêneros que mais se adequam a esse tipo de texto são as notícias, as entrevistas e as reportagens.
Em geral, os textos informativos não trazem nenhum tipo de marca de autoria. Ou seja: são também expositivos e diretos, sem revelar a opinião do seu autor. No entanto, com as mudanças tecnológicas, foi se tornando cada vez mais comum que esses textos sejam assinados por figuras públicas, cujas opiniões são bem conhecidas.
5. Injunção
Por último, a injunção é um tipo de texto sobre o qual tem se falado mais nos tempos recentes. Ele classifica as redações que têm o objetivo de orientar o leitor e estimulá-lo a tomar uma decisão, como é o caso dos manuais de instrução.
Agora que você já entendeu quais são os tipos de redação existentes, vamos partir para os gêneros textuais!
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Gêneros textuais
Diferente dos tipos de redação, os gêneros textuais são classificações feitas a partir da linguagem e do conteúdo de uma redação.
Por isso, eles são muito diversos! Afinal, os gêneros textuais possuem o papel social de adequar a linguagem a um contexto específico.
Assim, eles também podem ser modificados ao longo do tempo, mantendo características essenciais e transformando elementos para estarem de acordo com determinadas situações.
Já deu para perceber que não dá para falarmos sobre todos os gêneros textuais aqui, certo? Mas vamos falar sobre alguns bastante importantes para você!
1. Resumo
Se você é um estudante, provavelmente já está habituado a esse gênero textual. Os resumos têm o objetivo de sintetizar textos maiores ou até mesmo outros tipos de comunicação, como um filme ou uma aula, por exemplo.
Quando se trata do resumo de um texto, você deverá fazer uma leitura completa, analisar os principais pontos e colocar, com suas palavras e usando menos linhas, o que de fato é essencial para que o leitor entenda o que ele está querendo transmitir.
- Leia também: Confira 8 dicas de como fazer resumos eficientes
2. Resenha
Muita gente confunde a resenha com o resumo, mas os dois não são a mesma coisa!
Na resenha, você irá descrever, de forma sintetizada, uma obra ou acontecimento cultural, convidando o leitor a conhecê-lo. O objetivo, aqui, não é fazer um resumo dos acontecimentos, mas destacar aspectos de uma obra que podem chamar a atenção de um público específico.
A resenha também pode ser dividida em dois tipos: a descritiva e a crítica. Na primeira, o autor deve se limitar a descrever o objeto resenhado; na segunda, ele deve fazer uma análise e um julgamento (de verdade ou de valor) sobre a obra ou o acontecimento de que está falando.
Para entender melhor este gênero textual, é importante manter em mente que a resenha tem características estruturais próprias. Desse modo, deve incluir:
- O nome da coisa resenhada, de quem a produziu e de quem a publicou ou distribuiu;
- A apresentação da obra (sua estrutura, seu objetivo etc.);
- Uma síntese geral da obra ou, quando necessário, uma síntese de cada uma das partes da obra (capítulos, episódios etc.);
- A opinião do autor da resenha sobre a obra, preferencialmente baseada em argumentos sólidos, e não apenas em achismos;
- O público para quem aquela obra é mais indicado e os motivos para essa indicação.
Também é muito comum que uma resenha apresente informações sobre o autor que a escreve. Essa é a maneira mais simples de mostrar para o leitor que aquela resenha parte de uma pessoa capaz de julgar aquele objeto de forma crítica, conferindo maior “peso” aos argumentos.
Essas informações podem incluir a profissão do autor (estudante, crítico literário, jornalista, engenheiro etc.), o seu tempo de atuação e mesmo o motivo que o levou a resenhar aquele objeto ou obra.
3. Editorial
Se você tem o hábito de ler revistas ou jornais, provavelmente já viu esse gênero textual por aí.
O editorial é um gênero bastante comum nesses tipos de mídia, principalmente quando elas são impressas, e ele tem o objetivo de relatar um fato e expor uma opinião.
Por isso, o fato é apresentado a partir da visão do repórter, expondo a posição da mídia e, portanto, não sendo assinado por nenhuma pessoa específica.
Porém, como já dissemos que os gêneros textuais não possuem uma estrutura tão fixa quanto os tipos de texto, pode ser que você já tenha encontrado por aí algum editorial assinado por seu autor. Isso não é um erro! Depende do que a mídia pretende passar com o texto.
4. Crônica
A crônica é um gênero textual curto, com características de narrativa e trata de acontecimentos do cotidiano, geralmente conectada ao contexto histórico em que é produzida.
Por isso, é um bom reflexo da cultura e do pensamento de determinadas regiões ou épocas. Além disso, também pode funcionar como uma crítica social velada, que usa recursos como a ironia para tecer comentários sobre certos comportamentos e crenças.
Ela tem uma linguagem bem próxima do público, despretensiosa e simples, estando presente em meios de comunicação — jornais, revistas, etc —, como também é o caso do editorial.
5. Carta
Também conhecida como correspondência ou texto epistolar, a carta é um dos meios mais usuais de comunicação atualmente.
Você pode estar se perguntando: mas quem é que usa carta hoje em dia?
Bom, você se lembra que citamos que os gêneros textuais podem mudar com o passar do tempo? A carta é um exemplo disso! Com o advento da tecnologia, esse gênero textual passou a ser utilizado e transmitido na forma de e-mail.
A principal característica de uma carta é que ela possui um remetente (a pessoa que está enviando a mensagem) e um destinatário (para quem a mensagem é direcionada). Além disso, ela costuma ser dividida em:
- cabeçalho, em que você insere a data e o local em que está escrevendo;
- vocativo;
- texto;
- despedida e assinatura.
Existem diferentes tipos de carta, e um que é comumente exigido em concursos é o da carta argumentativa. Nela, você deve seguir a estrutura que mencionamos acima e a norma culta da língua portuguesa, além de apresentar uma tese e defendê-la através de argumentos, tentando convencer o seu leitor.
Qual é a estrutura de uma redação?
A estrutura de uma redação irá depender do tipo e do gênero textual exigido. A organização do texto de uma carta, por exemplo, é completamente diferente da formação de um editorial. Como os dois gêneros possuem diferentes linguagens e conteúdos, a maneira como são estruturados também não é a mesma.
Como a redação dissertativa-argumentativa é uma das mais exigidas em concursos, vestibulares e demais exames, como é o caso do Enem, é nela que vamos focar.
Mas lembre-se: alguns vestibulares podem exigir outros gêneros textuais, de modo que é fundamental praticá-los também!
Estrutura de uma redação dissertativa-argumentativa
Uma redação dissertativa-argumentativa é dividida em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. Essas três etapas devem ser respeitadas para que o texto não se torne confuso e consiga transmitir, de forma coesa, a ideia que você está querendo repassar. Veja, a seguir, como construir cada uma dessas partes!
[MAPA MENTAL] Estrutura da redação: conheça as características dos principais gêneros textuais que aparecem nos vestibulares
Como fazer uma introdução?
A introdução é o momento em que você irá apresentar o que será discutido no texto e a sua tese, o que você está defendendo. É nesse parágrafo único que você deve ajudar o leitor a ter uma visão geral da sua redação e cativá-lo a continuar a leitura. Por isso é muito importante saber como começar bem a sua redação.
Você pode realizar diferentes modelos de introdução: apresentar uma citação relevante para o tema, definindo o tema, mostrando um exemplo, fazendo uma alusão histórica, dentre diversos outros.
Como fazer o desenvolvimento de uma redação?
No desenvolvimento, que geralmente é dividido em dois parágrafos, você irá trabalhar os argumentos que defendem a sua tese. O ideal é abordar um argumento por parágrafo.
Para embasar melhor a sua defesa, você pode usar diferentes tipos de argumentos, como pontuar dados científicos, apresentar exemplos ou abordar algum aspecto histórico, por exemplo.
O principal é que você consiga mostrar, de forma coesa e bem estruturada, porque a sua tese faz sentido. Não adianta jogar um monte de argumentos no seu texto e não desenvolvê-los bem! Escolha aqueles que você tem maior domínio e dedique-se a eles.
Confira algumas formas de apresentar a defesa da sua tese no desenvolvimento da redação:
Utilize dados
Quer uma forma melhor de comprovar o seu ponto de vista do que apresentando dados? Além de fortalecer a sua argumentação, essa é uma estratégia bastante cobrada pelos corretores, já que dá credibilidade à sua defesa.
Nós sabemos que decorar dados não é uma tarefa fácil, ainda mais quando não se sabe qual é o tema de redação que será exigido no Enem. Porém, você pode se contextualizar sobre informações de eixos temáticos que podem ser utilizados para diferentes assuntos, como: meio ambiente, saúde, etc.
Você também pode utilizar os dados apresentados nos textos de apoio, mas com as suas próprias palavras.
O importante é que você esteja em dia com os assuntos da atualidade e procure se contextualizar sobre os possíveis temas. Assim, fica muito mais fácil defender o seu ponto de vista com dados que você realmente conhece.
Use citações
Você já pensou na possibilidade de usar uma citação na redação? Existem dois tipos de citação: a direta e a indireta. Utilizando essa estratégia argumentativa corretamente, você demonstrará o seu conhecimento para o leitor e mostrará que você sabe relacionar bem as ideias.
É claro que você precisa estar seguro sobre o que está dizendo. Afinal, já pensou afirmar que alguém disse algo que, na verdade, foi falado de forma totalmente contrária?
Por isso, a leitura e o seu repertório sociocultural aqui são fundamentais para que você consiga estabelecer boas relações e fundamentar a sua argumentação através da utilização da citação.
Faça alusões históricas
Você também pode fazer alusões históricas para enriquecer a sua argumentação. Nesse caso, você apresentará, durante a argumentação, um acontecimento ou momento histórico relacionado ao tema e que esteja de acordo com o seu ponto de vista.
É óbvio que, para isso, você precisará saber contextualizar bem o momento abordado em sua redação, e aqui entra um aspecto da multidisciplinaridade da redação: o conhecimento acerca de diferentes áreas poderá te ajudar a produzir um texto mais rico e a melhorar a sua argumentação.
Como concluir uma redação?
No caso do Enem, no parágrafo da conclusão você irá apresentar a sua proposta de intervenção e finalizar a sua redação.
A proposta de intervenção representa sua ideia de ação para amenizar ou solucionar o problema abordado durante a redação. Para isso, é muito importante que você tenha em mente que é fundamental respeitar os direitos humanos nessa etapa!
A competência V avaliada no Enem diz justamente sobre isso: a criação de uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Tenha em mente que ela vale 200 pontos! Você não quer perder tudo isso, né?
Você também deve se lembrar de ser claro sobre os agentes que podem tornar a sua proposta de intervenção possível. Desse modo, você demonstra um conhecimento mais aprofundado sobre o problema discutido, além de mostrar aos corretores que também entende como a nossa sociedade está estruturada. Para isso, portanto, é interessante conhecer o GOMIFES.
Uma dica final para a estruturação do seu texto é: tente manter um número semelhante de linhas em cada parágrafo. Isso ajuda a manter a sua redação esteticamente agradável, o que também irá impactar positivamente em sua nota.
Como estudar redação?
Beleza, até aqui você já entendeu qual é a estrutura de uma redação, ou seja, o que ela minimamente deve conter. Porém, isso não é o suficiente para produzir um texto que te garanta uma boa nota, certo?
Assim como as demais disciplinas, a redação também exige muito estudo e dedicação. Então não se engane! Não dá para só chegar no dia do vestibular e achar que todo o conhecimento e as técnicas para a produção textual surgirão magicamente em sua mente.
Mas, afinal, como estudar redação? Existem diversas atividades que você pode adotar em sua rotina para se preparar para essa etapa da prova. Mas vamos falar sobre algumas delas de forma prática!
Leitura
A leitura é fundamental para você aumentar o seu repertório sociocultural, melhorar o seu conhecimento gramatical e ampliar a sua capacidade criativa. Não deixe de dedicar algumas horinhas em seu dia a dia para essa atividade!
Treino
Não dá para fugir da prática semanal de redação! O ideal é que você escreva pelo menos dois textos por semana. Porém, dependendo do curso e da universidade em que você deseja entrar, esse número pode aumentar.
Para os vestibulandos de medicina, por exemplo, sugerimos a produção de uma redação por dia. Apenas assim você conseguirá identificar o que precisa melhorar e acompanhar a evolução do seu desempenho ao longo do tempo.
Correção
Para conseguir, de fato, entender quais pontos você precisa melhorar, é fundamental que as suas redações sejam corrigidas por alguém que conheça e saiba avaliar as 5 competências do Enem.
Mas você também pode fazer o exercício de se colocar no lugar do corretor e corrigir o seu próprio texto! Isso te deixará cada vez mais criterioso e detalhista em relação às suas próprias produções.
Como fazer uma boa redação para passar no vestibular?
Não tem segredo: para fazer um bom texto para o vestibular, você precisa entender quais são as exigências da prova, como o seu texto é avaliado, quanto tempo você tem para a realização da redação, quais tipos de temas costumam cair, qual é o gênero exigido, dentre outras informações.
Então, para você ficar por dentro e se sair bem, vamos falar sobre alguns desses aspectos? A seguir, você confere as principais dicas para mandar bem na redação dos três maiores vestibulares do país.
Redação Enem
Como já citamos algumas vezes ao longo deste artigo, o gênero textual exigido na prova de redação do Enem é o dissertativo-argumentativo. Nele você deverá abordar o tema, apresentar sua tese, defendê-la e inserir a sua proposta de intervenção.
Quais são as principais características de um texto dissertativo-argumentativo?
Algumas das características de um texto dissertativo-argumentativo que você não pode deixar de levar em consideração na sua redação do Enem são:
- o texto deve ser escrito em linguagem impessoal, em 3ª pessoa;
- a estrutura é dividida em: introdução, desenvolvimento e conclusão;
- você deverá apresentar uma tese e argumentos que a defendam;
- também é necessário apresentar uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos no caso do Enem. Aprenda como fazer uma excelente aqui. Em outros vestibulares, essa não é necessariamente uma exigência;
- o limite de linhas da folha de redação deve ser respeitado, caso contrário você será penalizado;
- a definição de um título é opcional no Enem, mas não para todos os vestibulares.
Como funciona a prova de redação do Enem?
A prova de redação do Enem é aplicada no primeiro dia do Exame, juntamente com as avaliações de Linguagens e Ciências Humanas
O tema da redação é sempre uma surpresa até a data da prova. Por isso, é fundamental que você fique por dentro de assuntos da atualidade e pratique a sua escrita e argumentação com diferentes temáticas. Assim, você estará mais preparado para o que virá.
Junto com o enunciado da redação, são disponibilizados no mínimo 2 textos de apoio, que podem ser notícias, charges, imagens, dentre outros. Você pode utilizar os dados apresentados neles para fundamentar a sua argumentação, mas jamais copiar trechos desses textos.
Como a redação do Enem é avaliada?
Um ponto fundamental para que você consiga produzir um texto de acordo com o que é exigido pelo Enem é saber como ele será avaliado pelos corretores. Então, vamos falar sobre isso?
A avaliação da redação é feita com base na análise das 5 competências do Enem. São elas:
- Competência I: demonstrar domínio da norma culta da língua portuguesa;
- Competência II: compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo;
- Competência III: selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista;
- Competência IV: demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação;
- Competência V: elaborar proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.
Cada uma dessas competências é responsável por 200 pontos da redação. Mas calma, não para por aí! Elas são divididas em 5 níveis, que dirão o quanto você domina cada um dos 5 critérios.
Observando de forma geral, os níveis são os seguintes:
- desclassificado: é atribuído ao candidato naquela competência;
- precário: é atribuído 40 pontos;
- insuficiente: é atribuído 80 pontos;
- mediano: o candidato alcança 120 pontos;
- bom: é atribuído 160 pontos na competência;
- ótimo: é atribuído aos candidatos que alcançam 200 pontos.
Quais foram os temas dos últimos anos?
Os temas da redação do Enem dos últimos anos foram os seguintes:
- 2011: Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado
- 2012: Movimento imigratório para o Brasil no século XXI
- 2013: Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil
- 2014: Publicidade infantil em questão no Brasil
- 2015: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira
- 2016: Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil
- 2017: Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil
- 2018: Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet
- 2019: Democratização do acesso ao cinema no Brasil
- 2020: O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira
- 2021: Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil
- 2022: Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil
- 2023: Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil
Mais alguma dúvida sobre a redação do Enem?
Uma dúvida bastante comum em relação à redação do Enem é se é permitido realizar rasuras no texto definitivo. Sim, você pode! Desde que elas estejam de acordo com as regras do Exame para que você não seja penalizado.
A dica aqui é: comece pela redação e organize o seu tempo para se dedicar por cerca de 1 hora a ela. A prova de redação exige muita atenção e que você esteja descansado, já que organizar um texto e apresentar argumentos consistentes não são tarefas fáceis.
Por isso, sugerimos que você comece por essa etapa enquanto ainda não está com a mente cansada por conta dos exercícios. Assim, você tem menos chances de cometer erros e consegue alcançar um desempenho melhor.
Por último, outro ponto que você não pode se esquecer é: tanto a redação quanto o preenchimento do gabarito devem ser realizados por uma caneta preta e transparente. Leve uma caneta reserva para evitar problemas durante a escrita!
E nada melhor do que se inspirar em quem se deu muito bem para fazer a sua redação, certo? Então, que tal conferir 6 exemplos de redações nota 1000 dos últimos anos?
Redação Fuvest
A Universidade de São Paulo (USP) é uma das universidades públicas que não utilizam o Enem como exame de entrada. O seu processo seletivo é realizado pela Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest).
A prova da Fuvest é dividida em duas etapas. A primeira é eliminatória, em que você deverá responder perguntas relacionadas ao núcleo comum do Ensino Médio e da lista de livros selecionados e divulgados no início do ano pela própria Fundação. Essa etapa não conta com uma prova de redação.
Se você passar para a segunda etapa, que tem caráter classificatório, deverá responder perguntas discursivas (ou seja, que você tem que escrever) e fazer uma redação.
Como funciona a prova de redação da Fuvest?
A prova de produção textual da Fuvest é aplicada no primeiro dia da segunda fase e tem valor de 50 pontos. Nesse mesmo dia é aplicado o exame de português, que conta com 10 questões discursivas.
A boa notícia é: a Fuvest também exige uma redação de caráter dissertativo-argumentativo, assim como o Enem. Portanto, estudando e praticando bastante a estrutura desse tipo de texto, você estará preparado para ambos os exames!
A única diferença para a qual você deve ficar atento e estar preparado é de que a prova de redação da Fuvest exige que você defina um título para o seu texto. Inclusive, uma linha é separada apenas para isso no topo da folha definitiva.
Ah, outro ponto importante para você que está acostumado a treinar as redações para o Enem é o seguinte: a Fuvest não exige uma proposta de intervenção para o problema abordado. Fica a seu critério inseri-la ou não em sua redação.
Os critérios de avaliação da redação Fuvest são um pouco diferentes das competências do Enem. Confira quais são eles:
- desenvolvimento do tema e organização do texto dissertativo-argumentativo;
- coerência dos argumentos e articulação das partes do texto;
- correção gramatical e adequação vocabular.
Quais foram os temas dos últimos anos?
Os temas da redação da Fuvest dos últimos anos foram:
- 2011: O altruísmo e o pensamento a longo prazo ainda têm lugar no mundo contemporâneo?
- 2012: Participação política: indispensável ou superada?
- 2013: Consumismo
- 2014: Envelhecimento da população
- 2015: “Camarotização” da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia
- 2016: As utopias: indispensáveis, inúteis ou nocivas?
- 2017: O homem saiu de sua menoridade?
- 2018: Devem existir limites para a arte?
- 2019: A importância do passado para a compreensão do presente
- 2020: O papel da ciência no mundo contemporâneo
- 2021: O mundo contemporâneo está fora da ordem?
- 2022: As diferentes faces do riso;
- 2023: Refugiados ambientais e vulnerabilidade social.
Redação Unesp
A Universidade Estadual Paulista também não utiliza o Enem como processo seletivo para a entrada de novos estudantes, e sim um vestibular próprio.
Assim como a Fuvest, a avaliação da Unesp é realizada em duas etapas: a primeira de caráter eliminatório e a segunda de caráter classificatório.
Na primeira etapa, você deverá responder 90 questões de múltipla escolha sobre linguagens e códigos, ciências humanas, ciências da natureza e matemática.
Passando para a segunda etapa, você deverá responder 24 questões discursivas sobre ciências humanas, ciências da natureza e matemática no primeiro dia e 12 questões discursivas sobre linguagens e códigos e fazer uma redação no segundo dia.
Como funciona a prova de redação da Unesp?
A prova de produção textual da Unesp também exige a construção de um texto dissertativo-argumentativo! Ufa, né?
Assim como na Fuvest, a inserção de uma proposta de intervenção para o problema abordado não é uma exigência. Por outro lado, o título não é considerado na avaliação do texto, de acordo com o edital da própria Unesp.
Você terá 4h30 para responder às questões do dia e fazer a redação. Por isso, organize bem o seu tempo e, mais uma vez, faça a redação primeiro! Assim, você garante que está descansado para essa atividade que exige tanto.
Segundo o edital da Unesp, os critérios para a correção da redação são os seguintes:
- tema (adequação ao tema proposto);
- estrutura (gênero/tipo de texto e coerência);
- expressão (coesão e domínio da norma-padrão da língua portuguesa).
Quais foram os temas dos últimos anos?
Confira, agora, os temas das redações da Unesp dos últimos 10 anos:
- 2011: Grafites: entre o vandalismo e a arte
- 2012: A bajulação: virtude ou defeito?
- 2013: Escrever: o trabalho e a inspiração
- 2014: Corrupção no Congresso Nacional: reflexo da sociedade brasileira?
- 2015: O legado da escravidão e o preconceito contra negros no Brasil
- 2016: Publicação de imagens trágicas: banalização do sofrimento ou forma de sensibilização?
- 2017: A riqueza de poucos beneficia a sociedade inteira?
- 2018: O voto deveria ser facultativo no Brasil?
- 2019: Compro, logo existo?
- 2020: O carro será o novo cigarro?
- 2021: Tempo é dinheiro?
- 2022: Tudo bem não estar bem: a tristeza em tempos de felicidade compulsória
- 2023: A “lógica do condomínio”: o espaço público está em declínio?
Quer ter mais informações sobre os vestibulares das instituições que não usam o Enem? Confira o calendário de vestibulares de 2025 e fique por dentro!
Como desenvolver uma boa redação?
Agora que você já sabe o que é uma redação, quais são os seus objetivos, seus tipos e os gêneros textuais existentes, já deve estar ansioso para a parte prática, certo?
Então, vamos às dicas para você colocar a mão na massa e fazer um texto excelente!
1. Leia bastante
Se você já está estudando sobre como fazer uma boa redação há um tempo, pode ser que ache essa dica um tanto quanto clichê. Mas reforçá-la é extremamente necessário, já que a leitura tem um impacto direto em sua escrita!
Desde o processo criativo até a organização de um texto adequado, que atenda às normas cultas da língua portuguesa e apresente argumentos consistentes, a leitura é um hábito fundamental para você alcançar bons resultados.
Quer saber por quê? Com a leitura você conseguirá:
- aumentar o seu repertório sociocultural;
- assimilar melhor o seu aprendizado acerca das normas cultas da língua portuguesa;
- adquirir conhecimentos para produzir melhores argumentos;
- saber como estruturar diferentes tipos e gêneros textuais;
- ter mais inspiração para escrever;
- conhecer citações que podem ser realizadas em seu texto e muito mais!
E nós não estamos falando apenas da leitura de livros! Vale tudo: jornais, revistas, blogs, exemplos de textos nota 1000, etc. O importante é que você se dedique um pouco a essa atividade todos os dias.
2. Saiba como usar os textos de apoio de maneira correta
Os textos de apoio estão lá para direcionar a sua escrita. Você pode consultá-los e buscar por ideias, mas não pode em hipótese alguma copiar estes textos. E isso serve para qualquer vestibular!
Portanto, leia com atenção o que os textos de apoio trazem e absorva as informações. Na prática, você deverá se apropriar daquilo que está escrito nos textos motivadores, interpretar e explorar o máximo que conseguir.
Assim, você poderá relacionar e unir as informações que obteve dos textos de apoio ao que você sabe sobre o tema e então compilar tudo e escrever com suas próprias palavras, a fim de defender o seu ponto de vista, fazer reflexões e argumentar.
Saber como usar os textos de apoio é muitíssimo importante. O Enem, por exemplo, atribui nota zero a quem copia integralmente os textos motivadores e ainda desconsidera as linhas de quem os copia parcialmente.
Os dados trazidos nos textos de apoio podem ser usados por você sem nenhum problema, desde que fundamentem os seus argumentos, escritos por palavras suas, ok?
Uma dica legal para se diferenciar de seus concorrentes e alcançar uma nota muito boa é extrapolar aqueles dados trazidos pelos textos motivadores. Faça o seguinte: leia os textos com atenção e vá buscando pela memória as informações que você já tem ou que pesquisou quando estava treinando.
Assim, você enriquecerá a sua redação e dará autoridade à sua argumentação e à defesa de seu ponto de vista.
3. Faça um esqueleto do seu texto
Antes de começar a produção do texto em si, organize quais tópicos você irá abordar, argumentos que serão trabalhados e dados que serão inseridos.
Isso te ajudará a produzir o texto mais rapidamente, a fazer uma boa organização das ideias e a não esquecer de nada importante! Afinal, você já percebeu que quando estamos muito entretidos em algo acabamos nos esquecendo de informações essenciais às vezes?
Organizar um esqueleto do seu texto não quer dizer que você não pode acabar seguindo uma direção um pouco diferente durante a sua produção. Porém, essa estrutura irá ajudá-lo a ganhar tempo e a ter uma visão ampla antes do que você está dizendo antes mesmo de começar a redação.
4. Seja objetivo
Não se perca em divagações em seu texto! Além de correr o risco de fugir do tema e acabar ultrapassando o número de linhas, a famosa “encheção de linguiça”, utilizando palavras muito rebuscadas e informações desnecessárias, só irá causar uma má experiência na leitura do seu texto, podendo até mesmo deixar o seu leitor entediado.
Principalmente quando se trata de vestibular, seja conciso e transmita informações realmente relevantes.
Dedique-se a uma boa argumentação para convencer o leitor de que a sua tese faz sentido, o que não quer dizer que você precisa ter um texto “difícil” ou maior do que o necessário.
5. Releia o seu texto
Não adianta, na pressa de colocar as ideias no papel e estar dentro do tempo separado para a redação, acabamos deixando passar um erro ou outro. Então, não cometa o deslize de deixar de revisar a versão final de sua redação!
Essa última análise do seu texto servirá para você reparar pequenos desvios que podem ter passado despercebidos e a melhorar um trecho ou outro. Se preferir, antes de fazer essa última revisão, saia para beber uma água ou ir ao banheiro e voltar com a mente mais “fresca”.
6. Pratique muito!
Não adianta colocar em prática todas as dicas que citamos aqui até agora se você não praticar! A leitura, por exemplo, não é o que definirá o seu modo de escrever ou até o tempo que você leva para produzir uma redação. A prática é essencial para que você conheça o seu processo, saiba quais são os seus pontos fortes e o que precisa melhorar.
O seu treino será ainda mais eficiente se você contar com uma correção das suas redações de acordo com os critérios avaliados nos vestibulares. Assim, você saberá exatamente como desenvolver melhor a sua escrita e o que fazer para alcançar a nota 1000!
Dica: conheça o banco de temas de redação da Imaginie e comece a praticar agora mesmo!
O que é estética textual e por que ela é importante
Agora você já tem muitas informações em mãos para estudar melhor e fazer uma excelente redação no dia da prova! Porém, existe um fator que nós não nos aprofundamos aqui ainda e que é fundamental que você tenha atenção: a estética textual.
A estética textual está relacionada à forma como você apresenta o seu texto. Você pode perguntar: mas por que vocês estão falando sobre isso se esse nem é um critério de avaliação da redação?
É aí que você se engana! Apesar de não estar evidente entre as competências analisadas no Enem, por exemplo, a estética textual é um elemento que certamente impactará em sua nota.
Afinal, ninguém merece receber um texto difícil de ler e desorganizado, certo? Imagine que você é um corretor, analisando cerca de 100 redações por dia. Você ficaria satisfeito se tivesse dificuldade com a letra, a organização dos parágrafos ou até mesmo com a enorme quantidade de rasuras em um dos textos? Não, né?
Portanto, a estética textual é fundamental para tornar a leitura da sua redação mais fluida e agradável, aumentando, consideravelmente, as suas chances de conseguir uma boa pontuação.
Fazer uma letra legível é fundamental para a apresentação da sua redação, mas não é só isso. Você também precisa ficar atento a outros aspectos, como tamanho dos parágrafos, espaçamento e recuo.
Quer saber mais? Nós falamos sobre 10 dicas para você se dar bem em nosso artigo sobre estética textual!
O que não fazer em uma redação?
Não basta apenas saber o que a sua redação precisa ter para ser excelente! Principalmente se você está participando de algum processo seletivo, como a prova do Enem ou um concurso, é fundamental que você fique atento ao que deve ser evitado em seu texto. Afinal, nesse tipo de situação, cada ponto vale ouro e você não quer ser prejudicado por bobeira, certo?
Aqui, separamos os 3 principais erros cometidos pelos candidatos aos vestibulares. Atente-se a eles e lembre-se: praticar é a melhor forma de evitar pequenos deslizes!
1. Plágio
Plágio é crime com pena prevista em lei! Isso mesmo. De acordo com o artigo 184 do Código Penal, “Violar direitos de autor e os que lhe são conexos” gera multa ou detenção de 3 meses a 1 ano.
Por isso, cuidado! Sempre que for apontar a fala ou as ideias de um autor, faça as devidas referências.
Além disso, tenha em mente que a autoria é um ponto valorizado nas redações. É óbvio que você pode se apoiar nos pensamentos de outras pessoas para trabalhar as suas ideias. Porém, não deixe de mostrar o seu posicionamento e articular bem os seus argumentos.
- Leia também: Como desenvolver a marca de autoria na redação?
2. Generalizações
No dia a dia, nós entendemos o papel das generalizações. Geralmente, fazemos generalizações para reforçar algum ponto, falar sobre a grande maioria, etc. Sabemos que existem exceções — e levamos isso em conta nas nossas conversas cotidianas.
Porém, quando falamos de uma redação, é importante apontar argumentos válidos e que podem ser comprovados para defender a sua ideia, como dados, situações históricas, dentre outros.
Por isso, as generalizações podem enfraquecer a sua argumentação. Já que não podemos comprová-las, o ideal é evitá-las.
3. Achismos
Está tudo bem ter sua opinião sobre determinado assunto. Porém, na redação, você precisa defendê-la de forma consistente. Afinal, a argumentação é a parte que toma mais espaço do seu texto e ela será avaliada!
Por isso, nada de achismos, ok? Sempre argumente com embasamento. Existem diferentes formas de você fazer isso, como já falamos ao longo do texto: apresentando dados, fazendo alusões históricas, etc.
Leia bastante e esteja por dentro de temas da atualidade! Assim, não tem erro. Você conseguirá construir uma excelente argumentação!
Quais são os principais erros de redação?
Você não quer cair nos mesmos erros que grande parte dos candidatos caem na redação, certo? Muitos dos equívocos na redação acabam passando despercebidos, então é importante que você os conheça para ficar atento enquanto estiver escrevendo.
Engana-se quem acredita que entre os erros de redação são apenas relacionados à gramática! Essa é uma área que, de fato, muitos candidatos acabam deixando a desejar. Porém, várias pessoas também acabam se equivocando em relação ao aprofundamento da argumentação e aos elementos necessários na proposta de intervenção, por exemplo.
Dentre os erros mais cometidos, estão:
- ausência ou uso errado da vírgula;
- erros ortográficos;
- ausência ou repetição de conectivos;
- falta de detalhamento e de modo/meio na proposta de intervenção;
- falta de profundidade nos argumentos e da utilização de dados;
- erros de acentuação gráfica.
Quer entender melhor sobre esses erros e como não cometê-los em sua própria redação? Nós preparamos um artigo sobre os 10 equívocos mais cometidos com dicas e vídeos para você fugir de todos eles. Confira!
Dá para treinar redação online?
Sim! Atualmente, você consegue treinar a redação e receber feedbacks pela internet! Existem diversas plataformas que disponibilizam os mais variados temas para você treinar a sua redação e enviá-las para corretores especializados, que vão analisá-las de acordo com os critérios do Enem e deixar comentários para você.
Porém, é importante que você escolha a plataforma correta, uma ferramenta confiável que realmente te ajude a se desenvolver.
Então, antes de fazer a sua decisão, analise os depoimentos e procure saber sobre as funcionalidades da plataforma. Procure aquela que te oferece o melhor apoio no caminho para o Enem ou qualquer outro vestibular!
Um exemplo é a Imaginie: nós temos milhares de alunos aprovados, com incontáveis notas entre 900 e 1000! Aqui, você aprende com professores, se prepara para os mais diversos vestibulares e ainda tem redações Enem corrigidas em até 24h. Bem legal, né?
[BÔNUS] 4 Conselhos de ouro para estudar redação em 2024
Vai fazer uma grande prova em 2024 e precisa se preparar bem? Decidiu que este é o ano em que você vai, de fato, melhorar a sua escrita? Ou apenas quer desenvolver ainda mais as suas habilidades?
Então veja os nossos 4 conselhos de ouro para você estudar redação em 2024:
1. Leia com cuidado o manual do participante
Para cada vestibular, há um manual do participante distinto para que você saiba exatamente quais são as exigências daquela universidade.
No caso do Exame Nacional do Ensino Médio, por exemplo, o Inep divulga a cartilha de redação do Enem.
Esta cartilha é renovada a cada ano. Nela, você encontrará informações superpertinentes, que se referem, por exemplo, a cada uma das 5 competências que serão cobradas na redação e como conseguir produzir um texto que as alcance de maneira satisfatória.
Além disso, você verá como a correção de sua redação será feita e por quem, poderá conferir por quais motivos as redações são zeradas e ainda o que configura fuga de tema. E, além de tudo isso, ainda encontrará a análise de redações que obtiveram nota 1000 no Exame do ano anterior.
Então, não perca tempo e já vá lendo os manuais do participante dos vestibulares que você deseja prestar, eles costumam possuir grande riqueza de detalhes e te guiar sobre como você deverá produzir os textos.
2. Use e abuse das plataformas digitais
A tecnologia está cada vez mais presente em nosso dia a dia, e devemos usá-la sempre para melhorar a nossa rotina — seja nos aproximando de pessoas que estão longe, conseguindo mais conhecimento ou potencializando nossos resultados.
E ela também pode te ajudar muito a desenvolver a sua escrita. É para isso que existem as plataformas digitais para você praticar a produção de textos a partir de centenas de temas e contando com a ajuda de corretores para te orientar.
Além disso, o uso de plataformas vai te ajudar a fazer redações online, já que é cada vez mais evidente o uso da tecnologia na educação.
Portanto, não perca tempo e procure pela plataforma que oferece o melhor custo x benefício para você e utilize essa ferramenta para acompanhar a evolução do seu desempenho até o final do ano!
3. Repertório sociocultural? Aproveite que você tem de sobra!
Quem nunca ouviu dos pais “na sua época, eu tinha que fazer pesquisa olhando enciclopédia!” que atire a primeira pedra!
É verdade que a internet facilitou — e muito! — o nosso acesso ao conhecimento. Hoje em dia, basta digitar no google determinado assunto para receber milhares de informações sobre ele. Quase tudo está a apenas um clique de distância!
Isso quer dizer que você tem o que precisa para aumentar o seu repertório sociocultural e melhorar a sua argumentação não apenas acessando os portais de notícia, mas assistindo vídeos no YouTube, acompanhando séries e filmes em diferentes plataformas de streaming, acessando o trabalho de artistas pelo Instagram e muito mais.
Aproveite que você tem esse arsenal de informações em mãos e utilize-o para aumentar os seus conhecimentos acerca de diferentes eixos temáticos.
Assim, você será capaz de produzir textos sobre os mais diferentes temas com segurança e uma boa capacidade de argumentação.
4. Torne a escrita um hábito (talvez, até, um hobbie!)
É claro que se você gosta de escrever, a tarefa de tornar a escrita em um hábito em sua vida pode ser ainda mais fácil. Mas mesmo que você não goste tanto assim dessa atividade, perceberá que a prática constante torna a escrita muito mais fácil. Em algum tempo, você perceberá que estará levando menos tempo para começar a desenvolver uma boa redação.
Para melhorar a escrita cada vez mais, é fundamental praticar — nós já ressaltamos isso algumas vezes aqui nesse post. E é por isso que é importante que a escrita seja um hábito em sua vida.
Inclusive, se é uma tarefa pela qual você acha que realmente vale a pena se dedicar, que tal torná-la um hobbie? Você pode produzir um blog para publicar textos semanais, por exemplo, ou criar uma conta no Instagram e se tornar um excelente produtor de conteúdo para ajudar outros vestibulandos.
O importante é que você não deixe de praticar e torne a produção de redações algo cada vez mais natural em sua rotina.
Confira um exemplo de redação nota 1000!
Abaixo, reproduzimos uma redação nota 1000 para que você veja de perto como as dicas que demos ao longo deste conteúdo podem ser colocadas em prática. Confira!
Exemplo de redação nota 1000 do Enem 2023: Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil
Autora: Maria Laura Klein
O livro “Quarto de Despejo: diário de uma favelada”, escrito por Carolina Maria de Jesus na década de 1950, narra as vivências da autora na favela do Canindé e suas dificuldades para obter sozinha o sustento de seus três filhos. De maneira análoga, cerca de setenta anos após a publicação do diário, a realidade enfrentada por Carolina permanece no Brasil contemporâneo, visto que o trabalho de cuidado realizado por mulheres, apesar de extremamente importante para a sociedade nacional, continua invisibilizado. Diante disso, cabe refletir acerca do legado histórico patriarcal e da intensificação das desigualdades para compreender os desafios que impedem a valorização do serviço feminino de assistência.
Nesse contexto, é válido considerar a existência de permanências históricas como o principal fator causador da invisibilidade do trabalho de cuidado exercido por mulheres. Isso ocorre, pois, desde os primórdios do Brasil Colônia, a população feminina tem recebido o status de sexo frágil e, por supostamente não possuírem aptidões para o sustento, tornaram-se encarregadas apenas das tarefas domésticas. Sob essa ótica, é nítido que, duzentos anos depois da superação da condição de colônia, as raízes patriarcais continuam sendo refletidas nas relações modernas brasileiras, uma vez que as mulheres permanecem responsáveis por serviços não remunerados associados à maternidade e à existência de idosos da família, o que resulta na manutenção de estereótipos de gênero e na redução do tempo disponível para a inserção feminina no mercado de trabalho, posto que os trabalhos assistencialistas são – geralmente – exercidos de forma integral. Assim, torna-se evidente que o legado histórico desvaloriza o papel da mulher no cuidado familiar, além de corroborar seu estado de vulnerabilidade devido à falta de remuneração e à dependência financeira de seus maridos.
Ademais, é relevante considerar a ampliação de disparidades sociais como uma consequência direta da problemática do cuidado invisibilizado. De acordo com o escritor brasileiro Ariano Suassuna, o Brasil é uma nação dividida em dois fragmentos: o país dos privilegiados e o país dos despossuídos, sendo a estrutura nacional criada para suprir apenas as necessidades dos primeiros. A partir disso, percebe-se que, em famílias cuja renda não é suficiente para contratar profissionais especializados na assistência de diversos setores sociais, tal tarefa recai sobre as mulheres que compõe o âmbito familiar, o que os condiciona a permanecer na miséria por impossibilitar seu acesso a meios de mudança de vida, como a educação e o emprego remunerado. Logo, é notório que a desvalorização do trabalho de cuidado reforça o pensamento de Suassuna, intensificando a marginalização feminina e a separação dos privilegiados e dos despossuídos.
Portanto, tornam-se claros os desafios enfrentados pela invisibilidade dos serviços de cuidado e a necessidade de combatê-los. Dessa maneira, é imperativo que o Governo Federal atue na criação de subsídios destinados a mulheres que exercem o trabalho assistencialista em tempo integral. Isso deve ocorrer por meio de alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias – redirecionando verbas de forma igualitária para famílias vulneráveis em todo o país -, a fim de reduzir as disparidades sociais e, consequentemente, superar o legado histórico patriarcal que atingiu Carolina Maria de Jesus e outros expoentes da população feminina brasileira.
E aí, gostou de aprender mais sobre redação? Borar praticar para conquistar nota 1000! Conheça os planos da Imaginie e comece agora!
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